Exercício 4

Texto 4

Leia o seguinte artigo. Após a leitura do texto, escolha uma das opções A, B,C ou D para completar as frases:

Um especialista brasileiro em Jogos Olímpicos fala da geografia existencial do país que escolheu para viver

Nasci e cresci numa das cidades mais bonitas do mundo: Rio de Janeiro. Depois, morei na Califórnia, em Londres e em Roma. Ou seja, a minha geografia existencial sempre foi formada por lugares belíssimos.
No meio tempo, por prazer, trabalho ou vocação, visitei 67 países. Tomei banhos de mar em todos os oceanos, esquiei em dezenas de pistas, visitei museus grandes e pequenos, ouvi todo o tipo de música, conheci tanta gente tão maravilhosa e, sim… bebi e comi tanto e tão bem pelo mundo fora.
E depois de tudo isso, se pudesse escolher um país para viver, seria Portugal.
Pude e escolhi: vivo em Portugal.
Já tinha passado por aqui várias vezes.
A primeira, em 1973, tinha 21 anos e, viajando de boleia, vim conhecer a terra que tinha estudado na escola: da Torre de Belém, de onde saíram as caravelas que nos descobriram, fui até Sagres, procurando um prédio onde fosse a tal Escola Náutica que parece nunca existiu de verdade. Era uma escola de pensamento… mas adorei Sagres, comi polvo pela primeira vez, bebi com os pescadores e jurei que voltaria.
Voltei muitas outras vezes e cada vez gostava mais – Lisboa, Porto, Coimbra, Faro, Évora, Tavira, Guimarães – e quando surgiu a oportunidade, não pensei duas vezes. Era aqui que eu queria viver o resto da minha vida. Era aqui que queria seguir os conselhos de José Saramago: “ver o que não foi visto, ver outra vez o que se viu já, ver na primavera o que se vira no verão, ver de dia o que se viu de noite, com sol onde primeiramente a chuva caía, ver a seara verde, o fruto maduro, a pedra que mudou de lugar, a sombra que aqui não estava”.
Viajar em Portugal. Tudo perto, tudo simples, tudo maravilhoso. Como é bom ver, ouvir, cheirar, comer e beber Portugal.
Ver a luz da tarde de Lisboa, os azulejos nas paredes, as vinhas das margens do Douro e ver o sol pôr-se no mar. Olhar para esse mar enorme que separa e aproxima o mundo inteiro. Olhar para o mar no Cabo da Roca, ponto extremo da Europa, e imaginar navegadores indo e vindo. E cantarolar Chico Buarque, “Tanto mar, tanto mar…”.
Ouvir o fado tradicional em Alfama ou em Coimbra. E as vozes modernas do Zambujo e da Ana Moura. E ouvir as conversas nos bares e as discussões de política no rádio. E tentar adivinhar os sotaques diferentes, do norte, do sul, dos Açores.
Cheirar a sardinha assada em junho em Lisboa, a terra seca do Alentejo, as laranjas no Algarve e o alecrim por todo lado.
Comer sempre tão bem tanto na tasquinha mais simples como no Belcanto do Avillez. O bacalhau do Fialho, os frutos do mar na Ericeira, o cabrito do Solar, os percebes do Guincho, a francesinha do Porto, os doces conventuais e o pastel de Belém.
E beber vinho sempre… um Porto seco antes, um encruzado do Dão na entrada, um tinto alentejano com o bacalhau, outro Porto, agora tinto na sobremesa e uma bagaceira com o café.

In http://upmagazine-tap.com/pt (Julho 2016)
(texto adaptado)

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